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Edward Gibbon (1737–1794)

Autor(a) de The Decline and Fall of the Roman Empire

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Séries

Obras por Edward Gibbon

Memoirs of My Life (1796) 391 exemplares
Britannica Great Books: Gibbon I (1952) 264 exemplares
Britannica Great Books: Gibbon II (1952) 240 exemplares
Reflections on the Fall of Rome (1995) 119 exemplares
Der Sieg des Islam (2003) 9 exemplares
The letters of Edward Gibbon (1956) 5 exemplares
Zmierzch Cesarstwa Rzymskiego (1995) 4 exemplares
Man and society (1982) 2 exemplares
Charlemagne (2012) 2 exemplares
The Fall of Constantinople (2011) 2 exemplares
The Works 2 exemplares
These Splendid Fighters. (1925) 1 exemplar
Early History of the Goths (2018) 1 exemplar
El coliseo 2010 1 exemplar
Der Sieg des Islam. (1985) 1 exemplar
VIAGGIO IN ITALIA 1 exemplar
Great Books 41 1 exemplar
Great Books 40 1 exemplar
Milman's Gibbon's Rome (1883) 1 exemplar

Associated Works

Extraordinary Tales (1955) — Contribuidor — 266 exemplares
Eighteenth-Century English Literature (1969) — Autor — 184 exemplares
Candide [Norton Critical Edition, 1st ed.] (1966) — Contribuidor — 150 exemplares
Classic Essays in English (1961) — Contribuidor — 22 exemplares
The Decline and Fall (1967) 5 exemplares
Book handbook, no. 2, 1947 (1947) — Contribuidor — 2 exemplares

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EP Decline and Fall for sale/swap em Easton Press Collectors (Novembro 2013)
Gibbon's "Decline and Fall" footnote em Ancient History (Julho 2010)

Críticas

Edward Gibbon foi um clérigo inglês do século XVIII. Foi o primeiro a fazer um estudo secular da História da religião. O primeiro volume de “Declínio e Queda do Império Romano” foi publicado pela primeira vez em 1776.
A versão utilizada de “Declínio e Queda do Império Romano” é a edição abreviada organizada por D.M. Low, publicada pelo Círculo de Leitores em 1995.
A obra “Declínio e Queda do Império Romano” de Edward Gibbon é agradável de ler graças às pequenas histórias que colorem as suas páginas. Não apenas por isso, mas também porque é uma obra que se preocupa com o acontecimento, deixando a análise das conjunturas e das estruturas para séculos posteriores, é também rica em informação, revelando a grande erudição do seu autor. Este é o seu maior mérito: a concentração de informação relativa ao tempo histórico curto, ao tempo do acontecimento.
Apesar da distância de cerca de quinze séculos entre o tempo acerca do qual Gibbon escreve e o tempo em que ele escreve, apesar da sua intenção de se colocar como observador imparcial dos acontecimentos que narra, apesar da obra de Gibbon se poder considerar como objectivamente imparcial, no entanto, a mesma padece de uma falta de imparcialidade que nos é transmitida de forma subjectiva pela adjectivação empregue. O talento literário de Gibbon, bem patente na obra, que o levou a colocar adjectivos onde apenas as regras da retórica os poderiam reclamar, levou-o também a deslocar-se espiritualmente para o Império Romano, do que resultou uma narrativa viva e rica. Assim, em consequência deste posicionamento intelectual, resulta que Gibbon nos surge Romano na oposição Romanos – Bárbaros, e Cristão na oposição Cristãos – Pagãos.
Cedo o cristianismo conheceu no seu seio uma oposição gregos – latinos ou oriente – ocidente. Também aqui Gibbon toma posição, a qual nos é indicada pelos adjectivos empregues. Assim, ficamos a saber que o clero e o povo do Oriente tinha “uma vã predisposição para a argumentação”[1], enquanto a Igreja Ocidental vivia em “feliz ignorância”[2]. Pela imagem valorativa transmitida por estas expressões, ficamos a saber que é melhor ser ignorante e ter fé do que empreender vãs buscas da verdade, pois Jesus disse: “Felizes os pobres de espírito, pois serão felizes”[3].
Não devemos ser demasiado severos com Gibbon, analisando a sua obra com as exigências de rigor e isenção que se esperam de um historiador contemporâneo. Em vez disso, devemos reconhecer que Gibbon é fiel à sua concepção de História. E que concepção é essa? É o próprio Gibbon quem nos responde: “A História que se propõe registar as ocorrências do passado para instrução dos séculos futuros, dificilmente mereceria esta honrosa função se condescendesse em defender a causa dos tiranos ou justificar os lemas da perseguição”[4].
Com este fito em vista, Gibbon não hesita em completar a História com suposições e possibilidades. Deste modo, tenta suprir com a um tanto de razão e outro tanto de intuição a falta de fontes: “Pode supor-se que eles insistiram em todos os pontos susceptíveis de afagar o orgulho, a piedade ou os receios do seu soberano, levando-o à destruição do cristianismo. Talvez tivessem explicado que a gloriosa obra de libertação do império...”[5].
A História escrita por Gibbon, surge assim valorativa e especulativa. Como exemplo desta falta de rigor, tomemos o sub- capítulo dedicada a Atanásio intitulado “O carácter e as aventuras de Atanásio”[6]. A admiração de Gibbon por Atanásio é evidente e, neste caso particular, não apenas de forma subjectiva mas também de forma bem objectiva. O carácter de Atanásio é exaltado e surge-nos, ao mesmo tempo, como um herói e um santo. Porém, se um herói é forçosamente um aventureiro, tal predicado não se pode aplicar a um santo. E, “aventuras” será uma descrição literária de uma vida fictícia ou uma biografia histórica? O posicionamento valorativo e especulativo de Gibbon relativamente a Atanásio pode ser ilustrado pela transcrição de apenas três frases: “Atanásio mostrou uma superioridade de carácter e talento que o teria qualificado, muito mais do que os degenerados filhos de Constantino, para governar uma grande monarquia”[7].
Quanto ao seu posicionamento religioso, Gibbon coloca-se como defensor da linha ortodoxa que chegou vitoriosa ao seu século. Assim, distingue o tronco ortodoxo das ramificações heréticas de forma radical: “a linha quase imperceptível que separa a fé ortodoxa da depravação herética”[8]. Mas se a ortodoxia é uma heresia que se implantou, então toda a fé será depravação? Efectivamente a linha que separa a ortodoxia da heresia é muito ténue, quase imperceptível e demasiado circunstancial, pelo que o autor nos mostrou um exemplo de adjectivação não só desnecessária mas incorrecta.
Este posicionamento de Gibbon é, voltamos a dizê-lo, apenas subjectivo, subentende-se dos adjectivos utilizados. Em matéria objectiva, Gibbon coloca as perseguições aos Cristãos no lugar que lhe competem, isto é, retira aos Cristãos o papel de vítimas inocentes que a História sagrada dos séculos lhes havia atribuído; ao mesmo tempo que mostra os Romanos como magistrados tolerantes e não como algozes implacáveis. Parece lamentar também a associação entre trono e altar que se deu com Constantino, vendo essa associação como o início da corrupção do ideal Cristão dos primeiros séculos.
Neste campo começa por referir as “morais austeras dos primeiros cristãos”[9], mas avisando desde logo que “a virtude dos cristãos primitivos era frequentemente protegida pela pobreza e pela ignorância”[10]. Assim, por exemplo, explica qual a origem e razão da aversão cristã pela sensualidade, que o sexo é pecado que é punido com a morte, mas que a morte torna necessário o sexo: “A casta severidade dos padres relativamente ao comércio dos dois sexos provinha do mesmo princípio – a sua aversão por todos os gozos que pudessem satisfazer a natureza sensual e degradar a essência espiritual do homem. Defendiam, como ideia favorita, que, se Adão permanecesse obediente ao Criador, ele teria vivido para todo o sempre num estado de pureza virginal (...). O uso do casamento só foi permitido à sua posteridade decaída como um expediente necessário para continuar a espécie humana e como uma restrição, embora imperfeita, à natural luxúria do desejo”[11].
Esta moral, por vezes excessiva, não escapa à crítica de Gibbon, que observa de forma muito objectiva que as Igrejas enriqueciam enquanto os seus fiéis empobreciam, mas fá-lo de forma indirecta, colocando-se dentro do Império, transferindo a autoria dessa constatação para os magistrados Romanos: “no tempo do imperador Décio, os magistrados achavam que os cristãos de Roma possuíam fortunas muito consideráveis; que vasos de ouro e prata eram utilizados no seu culto religiosos; e que muitos dos seus prosélitos tinham vendido as suas terras e casas para aumentar os fundos públicos da seita, em detrimento, na realidade, dos seus infelizes filhos que se viam reduzidos à mendicidade porque os pais tinham sido santos”[12].
Realça a importância que os primitivos Cristãos davam ao Antigo Testamento, mais do que a Jesus: “... mas quando deviam demonstrar a origem divina do cristianismo, insistem muito mais veementemente nas profecias que anunciavam o Messias do que nos milagres que acompanharam a sua vinda”[13]. Esta é uma ideia que estaria no espírito de um cristão do século XVIII ou doutro século em que o Cristianismo já estivesse solidamente implantado. Nestas condições, tendo o Cristianismo já um historial de séculos, pode-se relevar a emanência do sagrado através de Cristo e desprezar as profecias do Antigo Testamento como “coisas dos Judeus”. Não era assim no primeiro século. O Cristianismo estava a formar-se e só podia mostrar maturidade reclamando-se como seguidor de um Messias há muito anunciado nos escritos judaicos que, por esse motivo, também seriam Cristãos. Aliás, ficaram cristãos, pois a Bíblia Católica ou Protestante incluem os livros judaicos do Antigo Testamento.
Outra razão se pode ainda apontar para esta “inversão” de valores. Os não Cristãos, mais os judeus que os gentios, podiam com mais facilidade recusar a origem divina de Cristo e a ocorrência de milagres, do que as profecias que anunciavam o Messias. Assim, restava aos Cristãos convencer os outros que Jesus era o Messias.
… (mais)
 
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CMBras | 2 outras críticas | Mar 19, 2021 |

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