Saito Tamaki

Saitou, que não era um Otaku, tem um encontro marcante com a obra de Henry Darger, dando início a uma fascinação sobre mídia e sexualidade que conecta o teórico lacaniano ao fenômeno dos otakus e a prevalência, inexplicada na época (o livro precede Database Animals, do Azuma), da figura da garota lutadora em mangás e animes. O autor então mergulha fundo nesse meio, traçando um plano geral, falando sobre Darger, entrevistando otakus japoneses e fãs de anime ocidentais, contrapondo uns aos outros, realizando um levantamento muito bom (eu e Paulo tivemos a paciência de ir atrás de trechos e trailers das dezenas de obras elencadas) da presença das garotas de luta, propondo então uma tipologia delas. E por fim, o bombástico capítulo do surgimento das garotas fálicas, onde não só uma teoriazação fortemente lacaniana e às vezes aparentemente bizarra é encaminhada, como muito do que diz faz sentido e esclarece muito sobre o âmbito da animação japonesa, mesmo que não aceitemos ou entendamos os detalhes. Pontos como a necessidade da sexualidade para o estabelecimento de um realismo próprio ao mundo ficcional e assim sua colocação como não redutível a uma existência como representação; a então não confusão entre mais de um tipo de realidade; a ideia de um espaço midiático que permita o desenvolvimento em larga escala dessa; a garota animada como locus da perversão que dá realidade a esse universo, amalgamando traços de protagonismo com a potência libidinal do real; a ideia de que a linguagem da animação usa mais informação para poder ser lida mais rápido - que os elementos se coadunam numa mensagem única; o desenvolvimento disso numa temporalidade afetiva em animes, variando conforme estados emocionais e deslocado do correr do tempo cronológico... Pontos muito interessantes e que beneficiam de uma escrita simpática, apesar do jargão.… (mais)

When I picked up this book, I thought it was going to be about the trend of emerging adulthood as seen in the modern Japanese culture, and was really interested to see how it compared to the American wave of post-college emerging adults. However, this book addresses a fairly specific psychological disorder -- social withdrawal -- that, although it happens most frequently in young adults, does not necessarily mirror the American trend of emergent adulthood. As the author points out, the Japanese family unit is substantially different than the Western one, and the situations discussed in Saito's primary research are radically different than what would normally be tolerated in an American family. As someone who bridges Eastern and Western culture, I found this to be an interesting read, though it does not fit into my areas of research and study as much as I initially thought it would.… (mais)